Bizarrice

Mistério da múmia da “sereia” adorada em templo do Japão deve ser desvendado ainda em março

Cientistas estão analisando todas as partes do misterioso “espécime”, que tem a parte de cima de “humano” e a inferior de peixe

Por Da Redação  em 15 de março de 2022

A “sereia” centenária mantida no templo Enjuin, no Japão, está passando por uma série de análises científicas (Foto: YouTube/Asahi Shimbun/Reprodução)

 

A múmia centenária de uma “sereia” que é mantida no templo de Enjuin, no distrito de Asakuchi, em Okayama, no Japão, tem sido objeto de adoração, medo e mistério. Mas, pela primeira vez, cientistas puderam analisar a criatura mumificada, que tem a parte superior do corpo de um humano e a parte inferior de peixe.

Pesquisadores da Universidade de Ciências e Artes Kurashiki, no Japão, lideraram o estudo da “sereia” e planejam publicar as descobertas no final de março, segundo o jornal japonês The Asahi Shimbun.

Em 2 de fevereiro, o sacerdote-chefe do templo, Kozen Kuida, removeu o precioso “espécime” de 30 cm da caixa de madeira da espécie paulownia para levá-lo até a sala de tomografia computadorizada do hospital veterinário da universidade.

Deitada de bruços em uma mesa de exame, a múmia apresenta uma pose que lembra a de espanto, com as mãos sendo levadas ao rosto. Além de unhas e dentes, a “sereia” japonesa possui cabelo e escamas na parte inferior do corpo.

 

(Foto: YouTube/Asahi Shimbun/Reprodução)

 

Uma nota contida na mesma caixa da múmia informa que a criatura foi capturada em uma rede de pesca na costa da província de Tosa (atual Kochi) entre 1736 e 1741.

De acordo com o The Asahi Shimbun, uma família chamada Kojima, que vivia na província de Bingo-Fukuyama comprou a “sereia” mumificada antes de ser levada para o templo após a virada da Era Meiji (1868-1912).

Como ela chegou ao Enjuin ainda é um mistério, lembra o periódico japonês. O ser enigmático ficou exposto numa caixa de vidro durante cerca de 40 anos até ser mantido em um cofre à prova de fogo para evitar a deterioração.

Como mostra o jornal, a lenda da múmia da “sereia” surgiu com escritos do historiador Kiyoaki Sato (1905-1998), da região de Satosho, em Okayama. Acredita-se que ele tenha escrito a primeira enciclopédia do Japão sobre espíritos/monstros (yokai) e outras criaturas sobrenaturais do folclore japonês.

 

(Foto: YouTube/Asahi Shimbun/Reprodução)

 

Conforme Hiroshi Kinoshita, chefe da Sociedade Folclórica de Okayama, citado pelo The Asahi Shimbun, múmias de “sereias” já foram usadas como objetos de adoração no Monte Koya, na província de Wakayama, e na ilha de Amami-Oshima, em Kagoshima.

O folclorista explica que um desses “seres mitológicos” mumificados tem a parte superior do corpo proveniente de um macaco e a parte inferior, de um salmão.

Quem está liderando a pesquisa sobre a “sereia” do templo Enjuin é o paleontólogo Takafumi Kato, da universidade Kurashiki. Ele pretende examinar qual o material usado na preservação desse “espécime”. Outro cientista, especializado em peixes, está se concentrando na parte inferior do corpo, e um terceiro, com experiência em biologia molecular, está realizando uma análise de DNA.

 

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