Bizarrice

Investigadores encontram altos níveis de radiação em escola infantil nos EUA

A escola infantil no subúrbio de St Louis, no Missouri (EUA), fica perto de um córrego que foi contaminado com resíduos da produção de bombas atômicas

Por João Paulo Martins  em 17 de outubro de 2022

Relatório indicou a presença de contaminação radioativa na escola infantil de Florissant, no subúrbio de St. Louis (EUA) (Foto: Google Street View/Reprodução)

 

Uma escola infantil no subúrbio de St. Louis, no estado americano de Missouri, está contaminado com radiação, de acordo com relatório elaborado por uma empresa de investigação científica e citado pela agência independente de notícias NPR. Essa região produziu armas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O relatório da Boston Chemical Data Corp. confirmou os temores de que havia contaminação por resíduos radioativos na escola infantil Jana Elementary School, no distrito escolar de Hazelwood, em Florissant, no subúrbio de St. Louis.

O novo documento é baseado em amostras coletadas em agosto em vários pontos da escola, revela a agência de notícias. No entanto, a Boston Chemical não disse quem ou qual instituição solicitou e financiou a investigação.

“Fiquei com o coração partido. Parece tão clichê, mas é algo que mexe com você”, comenta Ashley Bernaugh, presidente da associação de pais e professores de Jana, que tem um filho na escola, em entrevista à NPR.

A escola infantil foi construída na planície de inundação do córrego Coldwater Creek, que foi contaminada por resíduos nucleares da produção de bombas atômicas na Segunda Guerra. O lixo tóxico era despejado em locais próximos ao aeroporto internacional St. Louis Lambert, próximo ao riacho que deságua no rio Missouri. O problema é tão grave que o curso de água vem sendo limpo há mais de 20 anos, de acordo com a agência.

 

O córrego Coldwater Creek que passa por St. Louis, no Missouri (EUA), foi contaminado por lixo nuclear no passado (Foto: Facebook/Coldwater Creek - Just the facts Please/Reprodução)

 

O relatório da Boston Chemical não coletou amostras para além de 90 m da escola, apenas as retiradas da biblioteca, cozinha, salas de aula, campos e playgrounds.

Os níveis do isótopo radioativo chumbo-210 e de polônio, rádio e outras toxinas eram “muito superiores” ao que a equipe de investigação esperava, informa a NPR. Até a poeira dentro da escola possuía indícios de contaminação.

O documento lembra que a inalação ou ingestão desses materiais radioativos pode causar danos significativos.

“Será preciso criar um programa sério de descontaminação para que as condições da escola voltem a ser as esperadas”, diz o relatório da Boston Chemical.

A expectativa é que o tema seja tratado na reunião do conselho escolar de Hazelwood marcada para esta terça (18/10). Em comunicado citado pela agência de notícias, o distrito afirma que consultará advogados e especialistas para determinar os próximos passos.

“A segurança de nossos funcionários e alunos é nossa absoluta prioridade”, comenta a presidente do conselho, Betsy Rachel.

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