Doença "misteriosa" já causou a morte de 20 cachorros no estado de Michigan, nos EUA

Uma doença misteriosa infectou e matou dezenas de cães no estado americano de Michigan nas últimas semanas, intrigando veterinários que estão tentando determinar se é contagiosa e se há tratamentos, revela o jornal americano The New York Times.

A maioria dos cães afetados tem menos de 2 anos. Só no abrigo animal do condado de Otsego, em Gaylord, Michigan, a doença matou mais de 20 cachorros, alguns poucos dias após apresentarem sintomas, que incluem vômitos, diarreia e fezes com sangue, de acordo com a diretora do abrigo, Melissa FitzGerald, citada pelo periódico.

Segundo ela, embora os veterinários ainda não tenham certeza de qual é a causa do problema, “o melhor palpite” é que se trata de uma nova cepa de parvovírus, doença que afeta particularmente os filhotes, é conhecida como parvovirose, e causa crises de diarreia com sangue e vômitos.

Como mostra o The New York Times, foram encontradas evidências do parvovírus em Michigan. O micro-organismo se espalha entre os animais, afeta o trato gastrointestinal e pode ser letal. O problema, explica Melissa FitzGerald, é que quando os cães do abrigo foram testados para esse vírus, os resultados deram negativo.

“Não falamos sobre isso até agora porque realmente não temos ideia do que se trata. A única coisa é garantir que seus animais de estimação estejam vacinados e, ao primeiro sinal de doença, levar ao veterinário”, alerta a diretora do abrigo animal de Otsego.

Relatos dessa infecção foram registrados no norte e no centro de Michigan. De acordo com Rudi Hicks, diretor de controle de animais do condado de Clare, no mesmo estado, ainda não há tratamento para essa doença misteriosa. “Mantenha seus cães em casa, não os leve a parquinhos e nem para passear”, alerta a especialista, citada pelo jornal americano.

A médica veterinária Nora Wineland, que trabalha no estado de Michigan, afirma que as autoridades estão nos estágios iniciais de investigação da doença, que é “semelhante à parvovirose”, mas o principal laboratório estadual só estava com quatro amostras para analisar, algumas das quais deram positivo para o parvovírus.

“Realmente estamos nos estágios iniciais para tentar entender o que está acontecendo. Pode ser que o teste não tenha conseguido detectar o parvovírus, ou talvez tenha a infecção esteja em estágio muito inicial, ou pode ser uma cepa diferente. Essas são algumas das opções com as quais estamos lidando”, sugere a veterinária ao The New York Times.

O jornal lembra que donos de animais de estimação e médicos não são obrigados a relatar casos de parvovírus ao estado, e muitos dos relatórios até agora têm sido informais, de acordo com Nora Wineland. Ela conta que “definitivamente não é hora de entrar em pânico”, mas que os tutores devem se certificar que seus cães tenham as vacinas em dia.

“Se um cão for vacinado, ele estará bem mais preparado e menos propenso a contrair doenças graves ou necessitar de tratamento para mantê-lo vivo”, diz a especialista ao jornal.