Bem-Estar

Uso de vape pode levar ao aparecimento de câncer no pulmão assim como a poluição do ar

Cientistas analisaram o surgimento de tumor nos pulmões de pacientes que nunca fumaram

Por João Paulo Martins  em 13 de setembro de 2022

(Foto: Pixabay)

 

Uso de  cigarro eletrônico ou vape pode levar ao aparecimento de câncer em 10 anos, de acordo com cientistas do Instituto Francis Crick, do Reino Unido. Citados pelo jornal britânico The Independent, eles dizem que, embora seja mais seguro do que fumar cigarros, os riscos do vape à saúde a longo prazo não são claros.

Esse tipo de dispositivo costuma ser usado por fumantes que tentam parar com o hábito do tabagismo e, mais recentemente, virou moda entre o público jovem.

Segundo o pesquisador Charles Swanton, que faz parte do instituto, o cigarro eletrônico representa uma ameaça potencial à saúde das pessoas. “Acho que não podemos dizer que o vape é necessariamente uma opção segura para parar de fumar. Pode ser mais seguro, mas isso não significa que realmente seja seguro”, comenta o cientista ao jornal britânico.

Pesquisadores do Instituto Francis Crick realizaram um estudo para entender por que alguns pacientes do Reino Unido diagnosticados com câncer de pulmão – cerca de um em cada oito – não são fumantes, apesar do tabagismo ser uma das principais causas da doença.

Eles analisaram pesquisas (feitas em humanos e cobaias) que mediram a exposição a poluição por partículas de fuligem no ar que podem causar o crescimento de células cancerígenas nos pulmões.

As evidências sugerem que a via que causa tumores em não-fumantes é diferente daquelas causadas pelo tabagismo, que se acredita desencadear uma mutação direta no DNA, levando ao aparecimento do câncer, revela o The Independent.

As descobertas sugerem que substâncias irritantes como a poluição do ar causam inflamação, que é seguida por um processo de cura que “desperta” células adormecidas que podem causar mutações cancerígenas. O problema é que os pesquisadores acreditam que o cigarro eletrônico poderia desencadear esse mesmo processo.

Embora acreditem que medicamentos anti-inflamatórios possam ajudar a interromper o processo que levaria ao surgimento do câncer, eles alertam que o processo de mutação das células “adormecidas” pode levar anos.

“O mecanismo que identificamos pode nos ajudar a encontrar melhores maneiras de prevenir e tratar o câncer de pulmão em quem nunca fumou. Se pudermos impedir que as células cresçam em resposta à poluição do ar, podemos reduzir o risco de câncer de pulmão”, explica Charles Swanton ao jornal britânico.

Uma solução seria encontrar maneiras de bloquear ou reduzir a inflamação causada pela poluição do ar, reduzindo o risco de aparecimento do tumor em pessoas que nunca fumaram.

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