Bem-Estar

Tratar catarata sem cirurgia? Novo composto foi testado com 61% de eficácia, ao menos em cobaias

Cientistas usaram um produto à base de oxisterol, que ajudou na redução da opacidade do cristalino dos camundongos

Por Da Redação  em 30 de maio de 2022

(Foto: Pixabay)

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 65,2 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com catarata, principal causa de cegueira e deficiência visual.

Quando uma pessoa desenvolve catarata, a lente do olho, ou cristalino, muda de transparente para turva. Isso geralmente ocorre com a idade, mas também pode ser causado pela exposição excessiva ao sol ou decorrente de lesão, além de fatores como tabagismo, diabetes e certos medicamentos, explica o site americano Medical News Today.

Normalmente, o tratamento é feito por meio de cirurgia, que substitui o cristalino por uma lente artificial. Agora, um estudo publicado na edição e maio da revista científica Investigative Ophthalmology and Visual Science apresenta o uso de um composto químico que pode ajudar a “limpar” a lente do olho.

Os cientistas fizeram testes em cobaias e usaram o oxisterol, um derivado oxigenado do colesterol que desempenha papel na regulação e transporte desse tipo de gordura no organismo.

Como mostra o Medical News Today, foram testados 35 camundongos normais e geneticamente alterados para desenvolver catarata, por meio da alteração das proteínas αB-cristalina e αA-cristalina.

No olho direito de 26 cobaias, os pesquisadores aplicaram uma única gota do composto à base de oxisterol, chamado VP1-001. Enquanto isso, foi usada ciclodextrina (sem efeito) no olho esquerdo dos animais. Nove camundongos foram deixados sem tratamento como grupo controle.

A intenção é afetar as mutações das proteínas (αA-cristalina e αB-cristalina), que são associadas ao efeito turvo do cristalino durante o envelhecimento.

O VP1-001 melhorou a opacidade da lente de 61% das cobaias tratadas com ele.

Apesar de descrever o resultado como “espetacular”, o oftalmologista Haci Ugur Celik, da Universidade de Rochester, em Nova Iorque (EUA), que não esteve envolvido no estudo, citado pelo Medical News Today, expressa preocupação porque os resultados se concentram em apenas uma das causas da catarata.

“A fisiopatologia bioquímica da formação de catarata inclui desequilíbrio entre oxidantes e antioxidantes, sinalização de estresse, [a] via MAPK, [a] via da proteína quinase, modificação de proteínas e remoção de proteínas modificadas [e] peroxidação lipídica. O estudo atual é baseado na mutação αA-cristalina e αB-cristalina como o único dos mecanismos explicados na progressão da catarata”, comenta o especialista ao site americano.

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