Bem-Estar

Quem tem diabetes e problemas para dormir pode morrer mais cedo, diz estudo

Cientistas encontraram uma relação entre os distúrbios do sono em pessoas diabéticas e a maior probabilidade de morrer por qualquer causa

Por João Paulo Martins  em 08 de junho de 2021

(Foto: Shutterstock)

Diabéticos com problemas para pegar no sono ou continuar dormindo podem reduzir a expectativa de vida, de acordo com estudo publicado nesta terça (8/6) no periódico científico Journal of Sleep Research.

Realizada pelas universidades Northwestern (EUA) e Surrey, no Reino Unido, a pesquisa descobriu que voluntários com diabetes (maioria com o tipo 2) e distúrbios do sono tiveram 87% mais chance de morrer por qualquer causa durante o período de acompanhamento do estudo, que foi de 8,9 anos, em comparação com pessoas sem diabetes ou sem problemas para dormir.

Além disso, esses notívagos apresentaram 12% mais probabilidade de morrer durante o período de realização da pesquisa em comparação com diabéticos sem distúrbios do sono.

“Se você não é diabético, os distúrbios do sono ainda estão associados a um risco maior de morrer, mas é maior para aqueles com diabetes”, afirma a pesquisadora Kristen Knutson, da Universidade Northwestern, uma das autoras do estudo, citada pelo site de notícias científicas SciTech Daily.

Ela conta que a relação entre o sono insatisfatório e problemas de saúde já era bem conhecido pela ciência. Agora, o estudo revela que qualquer tipo de distúrbio na hora de dormir, como insônia ou apneia, deve ser levado a sério pelos médicos, especialmente se o paciente possui diabetes.

Os cientistas usaram dados de quase 500.000 pessoas de meia-idade que participam do estudo britânico UK Biobank Study.

“Queríamos saber se você que tem diabetes e distúrbios do sono está pior do que se tivesse apenas a doença metabólica. Descobrimos que ter diabetes e distúrbios do sono está associado ao aumento da mortalidade, mesmo em comparação com pessoas diabéticas sem problemas para dormir”, comenta Kristen Knutson, citada pelo SciTech Daily.

Vale salientar que esse estudo é observacional, ou seja, os resultados foram obtidos por meio da análise de dados e não pela relação causa e efeito. Portanto, são necessárias análises clínicas para confirmar os achados.

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