Bem-Estar
Primeiro lockdown fez britânicos beberem e fumarem mais
Estudo estima que mais de 650.000 jovens adultos passaram a fumar entre abril e julho de 2020, no primeiro confinamento causado pela pandemia de covid-19
Durante o primeiro lockdown da pandemia de covid-19 no Reino Unido, no início de 2020, houve aumento no número de jovens adultos que começaram a fumar e nas pessoas que passaram a consumir mais álcool.
Segundo o estudo publicado nesta quarta (25/8) no periódico científico Addiction, o número de jovens de 18 a 34 anos que se classificavam como fumantes aumentou 25%, passando de 21,5% entre 2018 e 2019, para 26,8% entre abril e julho de 2020.
Os dados não explicam por que as mudanças ocorreram, mas os especialistas acreditam que muitos recorreram ao cigarro e à bebida como resposta ao estresse do confinamento, revela a emissora estatal britânica BBC.
O consumo excessivo de álcool aumentou em adultos de todas as idades, revela a pesquisa, que foi financiada pela ONG britânica Cancer Research UK.
Com base nas estimativas populacionais, as descobertas sugerem que 652.000 jovens adultos passaram a fumar durante o lockdown, em comparação com antes da pandemia.
Os dados também indicam que a pandemia do novo coronavírus pode ter sido um gatilho para muitos fumantes deixarem de pensar em parar de fumar.
“O primeiro lockdown foi sem precedentes na maneira como mudou a vida das pessoas no dia a dia. Descobrimos que muitos fumantes aproveitaram a oportunidade para parar de fumar, o que é fantástico. No entanto, esse período foi de grande estresse para muitas pessoas, e vimos as taxas de tabagismo e consumo de álcool aumentarem entre os grupos mais atingidos pela pandemia”, revela a pesquisadora Sarah Jackson, da Universidade College de Londres, no Reino Unido, uma das autoras do estudo, citada pela BBC.
A ONG Cancer Research UK lembra que não existe nível seguro no uso de cigarro e que não é uma forma saudável de relaxar ou aliviar a ansiedade.
Em relação ao consumo de álcool, o estudo descobriu que, no geral, os homens eram mais propensos a beber em níveis considerados de alto risco.
Porém, o aumento mais acentuado foi visto entre as mulheres durante o lockdown. Entre 2018 e 2019, 34,2% dos homens eram classificados como “bebedores de alto risco”, um número que subiu para 44,7% entre abril e julho do ano passado.
No mesmo período, a porcentagem de mulheres na mesma categoria aumentou de 17,7% para 27,5%.