Bem-Estar

Pequena dose de Aspirina pode reduzir efeitos graves da covid-19, diz estudo

Cientistas descobrem que 81 mg de ácido acetilsalicílico pode reduzir chance de uso de respirador, de internação na UTI e de morte em pacientes com coronavírus

Por João Paulo Martins  em 19 de março de 2021

No estudo, foi usada a dose baixa da Aspirina ou 81 mg de ácido acetilsalicílico (Foto: Amazon.com/Reprodução)

Administrar uma dose baixa (81 mg) de Aspirina (ácido acetilsalicílico) em pacientes com covid-19 pode reduzir a necessidade de cuidados intensivos e o risco de morte, afirma um novo estudo.

De acordo com pesquisadores da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, os pacientes infectados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) que foram hospitalizados e receberam aspirina 24 horas após a admissão ou nos sete dias anteriores tinham menor probabilidade de usar respirador, de passar algum tempo na unidade de terapia intensiva (UTI) e de morrer.

No estudo, que sai na edição de abril da revista científica Anesthesia & Analgesia, foram analisados registros de 412 pacientes com covid-19 em vários hospitais dos EUA entre março e julho de 2020.

Desse total, 24% receberam ou tomaram Aspirina, enquanto 76% não. Aqueles que receberam o ácido acetilsalicílico tiveram 44% menos probabilidade de usar respirador; 43% menos chance de precisar ir para a UTI; e 47% menos probabilidade de morrer no hospital.

Aspirina tem efeito anticoagulante

Segundo os cientistas, a ideia do estudo em avaliar o efeito da Aspirina nos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 surgiu porque o famoso remédio funciona como anticoagulante, o que pode ajudar a prevenir coágulos sanguíneos, um problema comum em pessoas com casos graves de covid-19.

“Começamos a associar a Aspirina à covid porque na primavera [do hemisfério norte, em 2020] percebemos que os pacientes começaram a ter complicações trombóticas ou muitos coágulos sanguíneos que se formaram em seus corpos”, diz o anestesista Jonathan Chow, da Escola de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade George Washington, citado pela emissora americana CNN.

“É por isso que pensamos que o uso de um agente antiplaquetário, ou raleador do sangue, como a Aspirina, pode ser útil em casos de covid-19”, completa o médico.

Os resultados promissores do uso de ácido acetilsalicílico na prevenção dos efeitos graves da infecção causada pelo novo coronavírus são importantes porque o medicamento é barato, especialmente em comparação com outros tratamentos para covid-19, como o uso do antiviral Remdesivir ou coquetéis de anticorpos, como o Regeneron, usado para tratar o ex-presidente Donald Trump.

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