Bem-Estar

Maconha pode afetar a fertilidade da mulher, diz estudo

Usuárias de cannabis apresentaram maior dificuldade para engravidar em pesquisa feita pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos

Por João Paulo Martins  em 21 de abril de 2021

Mulheres que usam maconha podem ter mais dificuldade para engravidar em comparação com as que não usam Cannabis sativa, sugere um estudo realizado por pesquisadores do National Institutes of Health (Institutos Nacionais de Saúde) dos Estados Unidos.

A pesquisa não avaliou se o uso da droga pelos parceiros das mulheres poderia influenciar as taxas de concepção. Ela foi publicada na revista científica Human Reproduction no início de janeiro.

As voluntárias fazem parte de um grupo que tentava engravidar após um ou dois abortos anteriores. As que disseram ter usado maconha ou haxixe nas semanas anteriores à tentativa de gravidez, ou que apresentaram testes positivos de urina para o uso de cannabis, tiveram cerca de 40% menos probabilidade de conceber por ciclo mensal do que as mulheres que não usaram a droga.

Os autores observam que, embora os resultados sugiram que a cannabis pode afetar a fertilidade, é preciso lembrar que o estudo usou uma amostra relativamente pequena de usuárias de maconha. Ainda assim, eles afirmam que a pesquisa sugere que as mulheres que estão tentando engravidar devem ter cautela no uso de cannabis até que mais evidências estejam disponíveis.

Como foi o estudo

Os pesquisadores do National Institutes of Health analisaram dados de um estudo mais amplo que avaliou 1.200 mulheres com idades entre 18 e 40 anos com um ou dois abortos.

As voluntárias participaram do estudo por até seis ciclos menstruais durante a tentativa de concepção e na gravidez, se a fertilização ocorreu. Elas responderam a um questionário perguntando se elas haviam usado maconha ou haxixe nos últimos 12 meses, com respostas variando de nunca, raramente, ocasionalmente, às vezes, frequentemente, a diariamente.

Cada mulher também forneceu amostras de urina para análise quando entraram no estudo pela primeira vez e após seis meses se não conceberam ou no momento do teste de gravidez positivo, caso tivessem engravidado.

Ao todo, 62 participantes (5%) apresentaram teste de urina positivo ou responderam que haviam usado cannabis antes da concepção.

De acordo com o estudo, para cada ciclo menstrual, as mulheres que usaram a droga enquanto tentavam engravidar apresentaram 41% menos probabilidade de conceber do que as não usuárias.

Os autores observam que as usuárias de maconha também apresentaram diferenças nos hormônios reprodutivos envolvidos na ovulação. Isso pode ter potencialmente influenciado a probabilidade de concepção.

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