Bem-Estar
Fazer tarefas domésticas, como jardinagem, pode reduzir risco de demência em 21%
Estudo associa a prática de várias atividades à menor taxa de incidência de demência em pessoas com ou sem risco da doença neurodegenerativa
Realizar atividades físicas e mentais rotineiramente, como cuidar da casa e do jardim, fazer exercícios físicos e visitar familiares e amigos, pode ajudar a diminuir o risco de demência, de acordo com estudo publicado na última quarta (27) na revista Neurology. Os cientistas analisaram os efeitos dessas práticas, bem como atividades mentais e uso de dispositivos eletrônicos em pessoas com e sem risco genético da doença neurodegenerativa.
O estudo envolveu 501.376 participantes de um banco de dados do Reino Unido sem demência, com idade média de 56 anos. Eles responderam questionários no início da pesquisa, incluindo perguntas sobre frequência de atividades como subir lances de escadas, caminhar e participar de esportes extenuantes. Os voluntários também foram questionados sobre tarefas domésticas, de trabalho e que tipo de transporte usavam para chegar ao emprego.
Os cientistas também perguntaram sobre atividades mentais, nível de escolaridade, frequência de visitas a amigos e familiares, a bares ou clubes sociais e religiosos e com que frequência usam dispositivos eletrônicos, como jogos de computador, TV e conversa no celular.
Além disso, os participantes relataram se tinham algum parente de primeiro grau com demência. Isso ajudou os pesquisadores a determinar se eles tinham um risco genético para a doença de Alzheimer, explica o site americano News Medical. Os voluntários do estudo foram acompanhados por uma média de 11 anos. Ao final, 5.185 desenvolveram demência.
Depois de eliminar vários fatores, como idade, renda e tabagismo, os pesquisadores descobriram que a maioria das atividades físicas e mentais estudadas foram associadas ao risco de demência, revela o site americano. Aqueles que eram muito ativos, incluindo prática regular de exercícios, de tarefas domésticas ou visitas diárias a familiares e amigos, tiveram 35%, 21% e 15% menos risco de demência, respectivamente, em comparação com os menos engajados nessas atividades.
Os pesquisadores também associaram as taxas de incidência de demência aos padrões de atividade. Entre os que se exercitavam com frequência, o surgimento da condição neurodegenerativa foi de 0,45 casos anuais para cada 1.000 pessoas, em comparação com 1,59 casos por mil entre os que raramente se exercitavam.
Aqueles que faziam tarefas domésticas tiveram uma taxa de 0,86 casos anuais de demência para cada 1.000 pessoas. Quem visitava a família diariamente tinha uma taxa de 0,62.
“Nosso estudo descobriu que, ao se envolver com mais frequência em atividades físicas e mentais saudáveis, as pessoas podem reduzir o risco de demência. Mais pesquisas são necessárias para confirmar nossas descobertas. No entanto, nossos resultados são encorajadores de que fazer essas mudanças simples no estilo de vida pode ser benéfica”, comenta a pesquisadora Huan Song, da Universidade da Islândia, uma dos autoras do estudo, citado pelo News Medical.