Bem-Estar

Estudo brasileiro confirma que rir é o melhor remédio, ao menos para o coração

Pesquisa apresentada em congresso na Europa mostra que rir pode reduzir a inflamação do sistema cardiovascular e melhorar a oxigenação do corpo

Por Da Redação  em 06 de setembro de 2023

(Foto: Freepik)

 

O velho ditado “rir é o melhor remédio” pode ser verdade, ao menos é o que mostra um estudo brasileiro apresentado no congresso da Sociedade Europeia do Coração, em Amsterdã, na Holanda, realizado de 25 a 28 de agosto. Os cientistas descobriram que rir faz com que o tecido dentro do coração se expanda, aumentando o fluxo de oxigênio no organismo.

Pacientes com doença arterial coronariana que realizaram terapia do riso no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, reduziram a inflamação e melhoraram a saúde, de acordo com a pesquisa. “Nosso estudo descobriu que a terapia do riso aumentou a capacidade funcional do sistema cardiovascular”, afirma o pesquisador Marco Saffi, principal autor da análise, citado pelo jornal britânico The Guardian.

No estudo, foram analisados 26 adultos, com idade média de 64 anos, e todos com diagnóstico de doença arterial coronariana – acúmulo de placas nas paredes das artérias que fornecem sangue ao coração.

Durante três meses, metade dos voluntários foi convidada a assistir, semanalmente, a dois programas de comédia diferentes, com uma hora de duração. A outra metade assistiu a dois documentários diferentes, com temas sérios, como política ou devastação da floresta amazônica.

Após 12 semanas de análise, o grupo que teve contato com a comédia apresentou 10% de melhora em teste que mede a quantidade de oxigênio que o coração consegue bombear para o corpo. Também houve melhora na capacidade de as artérias expandirem.

Os participantes realizaram ainda exames de sangue para medir biomarcadores inflamatórios, como os que indicam o acúmulo de placa nos vasos sanguíneos e se as pessoas correm risco de ataque cardíaco ou derrame. Os resultados mostraram que os níveis de marcadores inflamatórios foram significativamente menores no grupo que riu durante as 12 semanas, em comparação com o grupo controle.

“Quando os pacientes com doença arterial coronariana chegam ao hospital, eles apresentam muitos biomarcadores inflamatórios. A inflamação é uma grande parte do processo de aterosclerose, quando as placas se acumulam nas artérias. Nosso estudo descobriu que a terapia do riso é uma boa intervenção, que pode ajudar a reduzir a inflamação e diminuir o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral”, explica Marco Saffi ao The Guardian.

O especialista sugere que, no futuro, a terapia do riso pode ajudar a reduzir a dependência de medicamentos.

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