Bem-Estar

Estudo associa caminhada mais lenta do idoso ao risco de surgimento de demência

Cientistas acreditam que a relação entre a velocidade da marcha e o comprometimento cognitivo possa ser causada pela área do cérebro que comanda as duas atividades

Por João Paulo Martins  em 01 de junho de 2022

(Foto: Pixabay)

 

Idosos que costumam levar mais tempo para andar até certo lugar, como buscar a correspondência na caixa do correio, podem ter algum problema neurológico, segundo estudo publicado na última terça (31/5) na revista científica Geriatrics, da plataforma JAMA Network Open.

Como mostra o site americano de conteúdo de saúde Health Day, a pesquisa avaliou cerca de 17.000 adultos com mais de 65 anos e descobriu que aqueles que andam cerca de 5% mais devagar a cada ano e que possuem declínios de memória são mais propensos a desenvolver demência.

“Esses resultados destacam a importância da marcha [velocidade da caminhada] na avaliação do risco de demência”, comenta a pesquisadora Taya Collyer, da da Universidade de Monash, em Victoria, na Austrália, uma das autoras do estudo, citada pelo site especializado.

As novas descobertas se somam às de um estudo de 2020 também publicado na Geriatrics e que analisou quase 9.000 adultos americanos. Na época, os cientistas também encontraram uma associação entre a velocidade da caminhada, no caso, a lenta, e o declínio da memória e risco futuro de demência.

Segundo o Health Day, cientistas acreditam que a ligação entre a velocidade que o idoso caminha e a diminuição da função mental pode ocorrer devido à redução do hipocampo direito, parte do cérebro que lida com aprendizado, memórias e capacidade de achar caminhos.

Ao mesmo tempo, estudos anteriores já haviam demonstrado que exercícios aeróbicos, como caminhada rápida, corrida, natação, ciclismo e dança, podem aumentar o hipocampo e melhorar algumas áreas da memória.

Claro que o fato de uma pessoa possuir o chamado de comprometimento cognitivo leve não significa que vá desenvolver demência. Apenas de 10% a 20% das pessoas com 65 anos ou mais que apresenta esse problema cognitivo desenvolvem demência dentro de um ano, de acordo com o Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA, que também afirma que em “muitos casos, os sintomas do comprometimento cognitivo leve podem permanecer os mesmos ou até melhorar”.

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