Bem-Estar

Em estudo inovador, cientistas deixam células 30 anos mais jovens

Além do rejuvenescimento, as células apresentaram maior capacidade funcional, abrindo caminho para tratamento de doenças relacionadas à idade

Por Da Redação  em 08 de abril de 2022

(Foto: Freepik)

 

Cientistas do Instituto Babraham, em Cambridge, no Reino Unido, conseguiram fazer com que células da pele humana cedidas por pessoas de 38 e 53 anos fossem rejuvenescidas em 30 anos. Isso representa um grande avanço para a medicina regenerativa.

No experimento, que consta de estudo publicado na revista científica eLife nesta sexta (8/4), as células rejuvenescidas se comportaram como células jovens e ajudaram até a cicatrizar feridas mais rapidamente.

De acordo com o jornal britânico The Telegraph, a equipe adaptou uma técnica vencedora do prêmio Nobel, que permite que as células da pele sejam reprogramadas e se tornem células-tronco, usando uma sopa especial de proteínas presentes nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário.

No estudo atual, os cientistas interromperam essa reprogramação antes que a célula perdesse completamente a identidade, tornando-as biologicamente mais jovens, mas ainda capazes de funcionar como células da pele.

“Provamos que as células podem ser rejuvenescidas sem perder a função e que o rejuvenescimento parece restaurar alguma capacidade das células velhas. O fato de também termos visto uma reversão dos indicadores de envelhecimento em genes associados a doenças é particularmente promissor para o futuro deste trabalho”, comenta o pesquisador Diljeet Gill, do Instituto Babraham, citado pelo jornal.

À medida que as pessoas envelhecem, a capacidade das células de funcionar diminui à medida que o DNA se torna mais falho. No entanto, a nova técnica sugere que o relógio biológico pode ser revertido mesmo em estruturas antigas e com falha.

Para mostrar que as células da pele foram rejuvenescidas, os pesquisadores analisaram dois sinais da idade celular, explica o The telegraph. Primeiro, avaliaram o relógio epigenético. Com o tempo, as marcas químicas se ligam ao código genético e esse acúmulo pode ser medido como um indicador de idade.

O segundo é a transcriptoma, leitura do código genético pela célula, que geram erros com o decorrer do tempo.

Levando em conta esses dois fatores, as células reprogramadas apresentaram perfil de idade equivalente a 30 anos mais jovens em comparação com dados de referência. Elas produziram muito mais colágeno e se moveram para locais de feridas mais rapidamente do que as células não programadas.

A expectativa da equipe é que os achados possam ser usados contra doenças e sintomas relacionados à idade, como Alzheimer e catarata.

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