Bem-Estar

Em breve poderemos ter uma pílula que substitui os efeitos dos exercícios fisicos

Cientistas descobriram um aminoácido capaz de reduzir a fome e levar à perda de peso e gordura corporal

Por João Paulo Martins  em 21 de junho de 2022

(Foto: Freepik)

 

Em testes com cobaias, cientistas descobriram que uma substância é capaz de reduzir a fome e a obesidade, podendo, um dia, ser vendida em forma de pílulas e fornecer benefícios parecidos com os dos exercícios físicos.

No estudo, publicado na última quarta (15/6) na revista científica Nature, os pesquisadores analisaram compostos do plasma sanguíneo de camundongos após os animais realizarem corrida intensiva em esteira.

Como mostra o jornal britânico The Independent, um aminoácido chamado Lac-Phe foi a substância mais importante encontrada nas cobaias após o exercício.

“Foi comprovado que o exercício regular ajuda na perda de peso, regula o apetite e melhora o perfil metabólico, especialmente em pessoas com sobrepeso e obesidade. Se pudermos entender o mecanismo pelo qual o exercício desencadeia esses benefícios, estaremos mais perto de ajudar as pessoas a melhorarem a saúde”, comenta o pesquisador Yong Xu, da Faculdade de Medicina de Baylor, no Texas (EUA), um dos autores do estudo, citado pelo jornal britânico.

A molécula Lac-Phe, dizem os cientistas, é sintetizada a partir do lactato, um subproduto da atividade física de alta intensidade que é responsável pela sensação de queimação nos músculos.

Os cientistas descobriram que camundongos com obesidade induzida por dieta, ao receberem uma alta dose de Lac-Phe, tiveram a fome suprimida em cerca de 50% por 12 horas, em comparação com as cobaias do grupo de controle, sem afetar necessitarem de movimentação ou gasto de energia.

Quando Lac-Phe foi administrado aos camundongos por 10 dias, a substância reduziu a ingestão excessiva de alimentos e o peso corporal, gerando perda de gordura corporal e melhor tolerância à glicose, afirmam os cientistas, citados pelo The Independent.

O estudo também identificou uma enzima chamada CNDP2 que estaria envolvida na produção de Lac-Phe. As cobaias que não possuíam essa enzima não perderam tanto peso quando fizeram exercícios, em comparação com o grupo de controle.

Os pesquisadores também encontraram “níveis elevados” de Lac-Phe no plasma cavalos de corrida e humanos após atividades físicas. O exercício sprint (corrida de curta distância)foi o que mais induziu a produção excessiva de Lac-Phe, seguido pelo treinamento de resistência, revela o jornal britânico.

Em pesquisas adicionais, os cientistas esperam entender mais detalhes sobre como esse aminoácido atua em nosso corpo, especialmente no cérebro.

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