Bem-Estar

Composto extraído da planta raiz de ouro pode ajudar pacientes com diabetes tipo 2

Em teste com cobaias, o extrato das raízes da Rhodiola rosea reduziu a inflamação e melhorou a resposta à insulina

Por João Paulo Martins  em 12 de setembro de 2022

A Rhodiola rosea (raiz de ouro) pode ser encontrada em regiões próximas ao Círculo Polar Ártico (Foto: Wikimedia/Opioła Jerzy/Creative Commons)

 

Um extrato das raízes da planta Rhodiola rosea (raiz de ouro), típica das regiões frias próximas ao Círculo Polar Ártico, mostrou resultado promissor para ajudar a controlar o diabetes tipo 2, de acordo com estudo publicado em junho na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

Nos teste realizados com camundongos que foram induzidos ao diabetes, a substância reduziu a quantidade de biomarcadores inflamatórios e melhorou a resposta à insulina, informa l site americano SciTechDaily. Os cientistas observaram também uma diminuição dos níveis de açúcar no sangue em jejum e alteração da composição das bactérias da microbiota intestinal.

“A prevalência de diabetes tipo 2 e os custos de saúde associados aumentaram constantemente nas últimas décadas. Os seres humanos usam plantas e produtos naturais há milhares de anos para tratar doenças, e nosso estudo mostra que Rhodiola rosea é uma boa candidata para uma investigação mais aprofundada. As recomendações atuais de tratamento incluem mudanças no estilo de vida, bem como medicamentos orais e intravenosos. No entanto, esses remédios apresentam limitações ou efeitos colaterais significativos, aumentando a necessidade de novas intervenções terapêuticas”, comenta o pesquisador Mahtab Jafari, da Universidade da Califórnia em Irvine (EUA), um dos autores do estudo, citado pelo site americano.

Os cientistas testaram se a raiz de ouro podia melhorar a homeostase da glicose (equilíbrio do açúcar no sangue) usando um modelo com cobaias geneticamente modificadas para desenvolverem obesidade, resistência à insulina e excesso de açúcar no sangue, que são características típicas do diabetes tipo 2 em humanos. Dois grupos de camundongos machos e fêmeas, da mesma idade, foram separados aleatoriamente para receberem água (grupo de controle) e extrato de Rhodiola rosea.

“Nossas descobertas sugerem que a Rhodiola rosea pode ser benéfica no tratamento do diabetes tipo 2, agindo por meio de mudanças no microbioma [intestinal] que resultam em aumento da integridade da barreira intestinal e diminuição da transposição de moléculas inflamatórias para a circulação sanguínea. A integridade da barreira intestinal influencia o peso corporal e a resposta à insulina, e esse produto botânico pode melhorar as respostas do fígado e dos tecidos musculares à insulina produzida pelo pâncreas”, explica Jafari ao SciTechDaily.

Agora, a equipe quer realizar um estudo maior para confirmar essas descobertas e investigar os mecanismos moleculares envolvidos. Em seguida, os pesquisadores esperam realizar ensaios clínicos do extrato da raiz de ouro em pacientes com diabetes tipo 2.

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