Bem-Estar

Cientistas australianos afirmam ter descoberto a causa da morte súbita de bebês

A síndrome conhecida como “morte do berço” causa milhares de óbitos de bebês com menos de 1 ano e é considerada misteriosa

Por Da Redação  em 13 de maio de 2022

(Foto: Freepik)

 

Cientistas afirmam ter encontrado uma causa para a Síndrome da Morte Súbita Infantil, que causa o óbito de bebês menores de 1 ano de forma inesperada.

Pesquisadores do Hospital Infantil de Westmead, na Austrália, descobriram baixos níveis de uma enzima chamada butirilcolinesterase (BChE) em bebês que morreram pela síndrome.

Como mostra o site americano de notícias científicas IFL Science, a BChE é conhecida por desempenhar um papel vital na região do cérebro responsável pela excitação. Os pesquisadores afirmam que uma deficiência da enzima provavelmente reduz a capacidade da criança acordar ou responder ao ambiente externo, aumentando o risco de morte súbita.

As descobertas foram publicadas em 6 de maio na revista científica eBioMedicine. O estudo foi liderada pela pesquisadora Carmel Harrington, que perdeu o filho para a síndrome há 29 anos e, desde então, dedicou sua carreira para descobrir uma causa para esse trágico problema infantil.

“Um bebê aparentemente saudável dormindo e que não acorda é o pesadelo de todos os pais e, até agora, não havia absolutamente nenhuma maneira de saber qual bebê sucumbiria. Mas não é mais o caso. Os bebês têm um mecanismo muito poderoso para nos avisar quando não estão felizes. Normalmente, se ele é confrontado com uma situação de risco de vida, como dificuldade para respirar durante o sono porque está de bruços, acorda e chora. O que esta pesquisa mostra é que alguns bebês não têm essa mesma resposta para a excitação”, explica Harrington, citada pelo IFL Science.

Também conhecida como “morte do berço”, a Síndrome da Morte Súbita Infantil afeta inesperadamente um bebê aparentemente saudável com menos de 1 ano. No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é de que ocorrem cerca de 1.500 casos por ano.

No estudo atual, a equipe analisou os níveis da enzima BChE em 722 amostras de sangue usadas em teste de triagem neonatal. Os níveis foram medidos e comparados com mortes relacionadas à síndrome, a outras causas e em 10 bebês saudáveis.

Agora, os pesquisadores procuram maneiras de abordar a deficiência enzimática e reduzir ativamente o risco morte súbita em bebês predispostos ao problema.

“Esta descoberta abriu a possibilidade de intervenção e finalmente dá respostas aos pais que perderam seus filhos de forma tão trágica. Essas famílias agora podem viver sabendo que isso não foi culpa delas”, diz Carmel Harrington ao IFL Science.

Apesar das descobertas, é preciso cuidado com o estudo, por ter usado pouca amostragem. Outras pesquisas são necessárias para confirmar o efeito de baixos níveis da enzima  butirilcolinesterase em bebês.

Carregar Mais