Bem-Estar

Celebridades estão usando semaglutida para perda de peso, mas remédio é voltado para obesos

Produzido pela dinamarquesa Novo Nordisk, a semaglutida ajuda no tratamento da obesidade e na prevenção do diabetes tipo 2

Por João Paulo Martins  em 23 de setembro de 2022

(Foto: Pixabay)

 

O medicamento semaglutida, que regula o nível de insulina em pré-diabéticos, fabricado pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk sob a marca Ozempic, vem sendo usada por celebridades devido ao seu “efeito colateral”: perda de peso significativa. Como mostra a revista americana Variety, a demanda é tanta que já vem causando falta do remédio nas lojas dos EUA.

O nutricionista Matt Mahowald, que atende estrelas de Hollywood, em entrevista à Variety, diz que os principais benefícios das injeções são “moderar e diminuir a secreção de insulina e retardar o esvaziamento do estômago. Promovendo a saciedade”.

O problema é que nem todos podem seguir o exemplo das celebridades, já que o Ozempic não é barato. O tratamento chega a US$ 1.500 por mês, ou cerca de R$ 7.700.

Após a semaglutida ser aprovada para uso no combate à obesidade pelo governo dos EUA em 2021, a Novo Nordisk lançou o Wegovy justamente para essa finalidade. Segundo estudo apresentado na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes, realizada neste mês em Estocolmo, na Suécia, o remédio ajuda na redução do índice de massa corporal (IMC), no controle da glicemia e em outras questões clínicas.

 

A Novo Nordisk produziu uma semaglutida voltada para obesos (Foto: Novo Nordisk/Divulgação)

 

De acordo com o site de informações médicas Medscape, a semaglutida reduziu o risco de possível desenvolvimento futuro de diabetes tipo 2 nos participantes do estudo em mais de 50%, em comparação com voluntários que ingeriram placebo. As descobertas “sugerem que a semaglutida pode ajudar a prevenir o diabetes tipo 2 em pessoas com sobrepeso ou obesidade”, comenta o pesquisador W. Timothy Garvey, da Universidade do Alabama (EUA), um dos autores do estudo, citado pelo site especializado.

O especialista explica que encontrar uma ligação entre o tratamento com o Wegovy e o risco futuro de desenvolver diabetes é importante porque mostra que ele não serve apenas para redução do peso em pessoas com obesidade, mas é uma “importante forma de reduzir as complicações do excesso de peso, como o diabetes”.

Timothy Garvey diz ao Medscape que as evidências de que o tratamento com um agonista (leva à produção) de GLP-1 (hormônio), como a semaglutida, além de reduzir a incidência de diabetes em pessoas com obesidade, pode ser uma boa opção para redução do IMC, já que há poucas opções seguras disponíveis no mercado.

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