Alimentação

Evite estes 4 alimentos para manter a saúde do cérebro

Psiquiatra nutricional mostra como alguns alimentos, incluindo frituras e nitratos, estão associados a inflamações que podem causar depressão e até demência

Por João Paulo Martins  em 30 de novembro de 2021

(Foto: Freepik)

 

Todo mundo sabe que a dieta afeta diretamente nossa saúde. Mas poucos se preocupam com os efeitos dos alimentos em nosso cérebro. De acordo com a psiquiatra nutricional indiana Uma Naidoo, da Universidade de Harvard (EUA), autora do livro This Is Your Brain on Food (Este é Seu Cérebro Quando Come, em tradução livre), as bactérias do intestino podem desencadear processos metabólicos e inflamações cerebrais que afetam a memória.

Em artigo publicado no último domingo (28/11) no site americano Make It, da emissora CNBC, a especialista esclarece podemos reduzir a incidência de doenças neurodegenerativas evitando alimentos que podem comprometer a microbiota intestinal e, consequentemente, enfraquecer nossa memória e foco.

Abaixo, Naidoo cita alguns alimentos que devem ser evitados ou cortados do cardápio para combater inflamações no intestino e promover a saúde do cérebro:

 

Açúcar adicionado

 

(Foto: Pixabay)

 

“O cérebro usa energia na forma de glicose, um tipo de açúcar, para alimentar as atividades celulares. No entanto, uma dieta rica em açúcar pode levar ao excesso de glicose no cérebro, o que estudos relacionaram a deficiências de memória e menos plasticidade do hipocampo, parte que controla a memória”, explica a psiquiatra nutricional no artigo.

O consumo de alimentos ultraprocessados, incluindo doces e refrigerantes, que geralmente são cheios de açúcares refinados e adicionados, como xarope de milho, inunda o cérebro com muita glicose, alerta Uma Naidoo.

Embora cada corpo tenha necessidades diferentes de carboidratos, a Associação Americana do Coração (American Heart Association) recomenda que mulheres não consumam mais de 25 g de açúcar adicionado por dia e, os homens, menos de 36 g.

 

Frituras

 

(Foto: Pixabay)

 

Batatas fritas, tempura, bife à milanesa e frango frito. Apesar de saborosos, esses alimentos devem ser restritos na dieta de quem deseja manter a saúde cerebral.

Um estudo publicado em 2016 no periódico científico Journal of Nutritional Science analisou 18.080 pessoas e descobriu que uma dieta rica em frituras está associada a pontuações mais baixas no aprendizado e na memória.

“O motivo provável: esses prazeres culposos causam inflamação, que pode danificar os vasos sanguíneos que fornecem sangue ao cérebro”, comenta a especialista no texto do Make It.

Outra pesquisa, publicada em 2016 na revista científica Lipids in Health and Disease, avaliou 715 voluntários, medindo os níveis de depressão e a quantidade de alimentos fritos que consumiam. Os cientistas descobriram que as pessoas que ingeriam mais frituras eram mais propensas a desenvolver depressão durante a vida.

“Se você está comendo alimentos fritos diariamente, mude para semanalmente. Se for um hábito semanal, experimente apreciá-los apenas uma vez por mês. Se você não come alimentos fritos, já está no caminho certo da alegria”, diz Uma Naidoo no artigo recém-publicado.

 

Álcool

 

(Foto: Pixabay)

 

Muita gente gosta de “desestressar’ bebendo com amigos após o trabalho, no famoso happy hour.

“A máxima ‘trabalhe duro, divirta-se muito’ costuma levar ao consumo excessivo de álcool nos fins de semana como forma de aliviar o estresse. Embora a bebida possa relaxar momentaneamente, o preço é cobrado na manhã seguinte, quando se acorda nervoso com névoa no cérebro”, esclarece a especialista indiana.

A pesquisadora Archana Singh-Manoux, do Instituto Francês de Saúde e Pesquisa Médica, e seus colegas acompanharam 9.087 pessoas ao longo de 23 anos para entender como o álcool se relaciona com a incidência da demência.

No estudo publicado em 2018 no periódico científico British Medical Journal, os pesquisadores franceses revelam que pessoas que deixaram de ingerir bebidas alcoólicas ou que consumiram 14 doses semanais apresentaram um risco maior de demência em comparação com os que ingeriam álcool com moderação.

“Em geral, homens que consomem mais de 14 drinques por semana ou mais de quatro num único dia, pelo menos uma vez por mês, são considerados bebedores pesados, assim como as mulheres que bebem mais de sete drinques por semana ou três por dia. Mas pessoas diferentes – e seus cérebros – respondem de maneira diferente ao abuso de álcool”, afirma Uma Naidoo no artigo do Make It.

 

Nitratos

(Foto: Pixabay)

 

Usado como conservante e para realçar a cor em carnes processadas e embutidos, como bacon, salame e salsicha, os nitratos podem estar associados à depressão, revela a psiquiatra nutricional indiana.

Um estudo de 2018 publicado na revista científica Molecular Psychiatry sugere que os nitratos podem alterar as bactérias do intestino e elevar o risco de transtorno bipolar.

“Se você simplesmente não consegue viver sem salame e salsichas, procure aqueles que contenham farinha de trigo sarraceno, que é usada como enchimento. Essa farinha contém antioxidantes importantes que podem neutralizar alguns dos efeitos negativos das carnes processadas”, diz a especialista.

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