Alimentação

Comer brócolis pode ajudar quem tem autismo

Segundo especialista, vegetais conhecidos como crucíferos, incluindo repolho, couve e brócolis, geram benefícios para quem possui transtorno do espectro autista

Por João Paulo Martins  em 18 de junho de 2021

Brotos de brócolis são ainda mais ricos nos nutrientes que ajudam os autistas, afirma o médico (Foto: Pixabay)

O transtorno do espectro autista é definido como “um distúrbio neurológico e de desenvolvimento complexo que afeta o modo como uma pessoa age, se comunica, aprende e interage com os outros”. É mais comum em meninos e cientistas não sabem exatamente o que causa o autismo.

Infelizmente, não existem medicamentos que ajudem a tratar os autistas. No entanto, de acordo com o médico americano de família Greg Feinsinger, em artigo publicado nesta sexta (18/6) no jornal Post Independent, existe um grupo de vegetais que ajudam as vítimas desse transtorno.

Como mostra o especialista, os vegetais conhecidos como crucíferos, ou seja, ricos em enxofre, podem contribuir para a saúde do cérebro e favorecer quem tem autismo. Estes são os mais conhecidos: repolho, couve, brócolis, couve-flor, couve de bruxelas, acelga chinesa (bok choy), rúcula, couve galega, mostarda, rabanete, nabo e agrião.

“Foi demonstrado que os brotos de brócolis, em particular, aumentam as proteínas de choque térmico e melhoram a função sináptica no cérebro; elevam o nível de Nrf2, principal regulador da produção de antioxidantes no corpo; restaura o equilíbrio metabólico das mitocôndrias nas células; e reduz inflamações no cérebro”, diz Greg Feinsinger no texto recém-divulgado.

O médico cita como exemplo um estudo de 2017 publicado no periódico científico Global Advances in Health and Medicine que analisou um grupo de crianças autistas. Metade delas recebeu cápsulas de placebo e a outra metade, cápsulas de aparência semelhante contendo brotos de brócolis.

No final da pesquisa, as crianças que ingeriram placebo não apresentaram melhora nos sintomas, mas o grupo do broto de brócolis demonstrou melhora significativa. “Por que brotos? Porque os brotos têm 10 vezes mais micronutrientes do que os brócolis maduros”, salienta o especialista.

Couve de bruxelas, pouco conhecida no Brasil, é um dos vegetais crucíferos que podem reduzir os efeitos do autismo (Foto: Pixabay)

O composto presente nos vegetais crucíferos que causa melhora em pessoas com transtorno do espectro autista é chamado sulforafano, explica Feinsinger. Porém, o cozimento desses vegetais pode afetar a enzima tioglucosidase responsável pela criação do sulforafano.

“Portanto, os vegetais crucíferos devem ser comidos crus ou, se cozidos, uma das três estratégias a seguir pode ser usada: consuma alguns vegetais crus, como rabanete e mostarda, junto cozidos; pique os vegetais crucíferos pelo menos 40 minutos antes de cozinhá-los, o que permite que a enzima libere o sulforafano”, orienta o médico no artigo do Post Independent.

Curiosamente, conforme Greg Feinsinger, a ingestão de brócolis em pó ou na forma de suplemento não é eficaz. Apenas o alimento em sua forma original funciona.

“Se você tem uma criança com autismo, considere dar de uma a três xícaras, dependendo da idade e do tamanho, de brotos de brócolis todos os dias. Nós deveríamos comer vegetais crucíferos diariamente por outros motivos: prevenção de vários tipos de câncer; proteção do cérebro; preservação da visão; redução da inflamação e de alergias; e controle do diabetes tipo 2”, diz o especialista americano.

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