Alimentação

Comer bacon todo dia pode aumentar risco de demência, diz estudo

Apenas 25 g de carne processada já elevariam o risco da doença neurológica em 44%

Por João Paulo Martins  em 22 de março de 2021

(Foto: Pixabay)

Comer apenas uma fatia de bacon todos os dias no café da manhã pode aumentar o risco de demência em até 44%, alerta novo estudo realizado pela Universidade de Leeds, no Reino Unido.

Segundo os cientistas, independentemente de outros fatores de risco, como predisposição genética, o consumo de carne processada pode aumentar as chances de surgimento da doença neurológica.

Foram analisados dados de saúde de 2006 a 2010 de 493.888 pessoas com idades entre 40 e 69 anos que fazem parte da ampla pesquisa britânica UK Biobank.

O estudo observacional, publicado nesta segunda (22/3) no periódico científico American Journal of Clinical Nutrition, revela que comer diariamente 25g de carne processada, ou uma fatia de bacon, pode aumentar o risco de demência em 44%.

Perigo da carne vermelha processada

“Nossa pesquisa contribui para o crescente corpo de evidências que ligam o consumo de carne processada ao aumento do risco de uma série de doenças não transmissíveis”, comenta o pesquisador Huifeng Zhang, um dos autores do estudo, citado pela versão britânica do jornal Metro.

Embora os resultados tenham sido contundentes quanto ao consumo de carne processada, o mesmo não pode ser dito para a proteína vermelha in natura.

Os cientistas da Universidade de Leeds verificaram que a carne de boi, porco e vitela pode ajudar a proteger contra a demência. Na verdade, consumir 50 g por dia reduz o risco da doença em quase 20%.

A pesquisa aponta que ao longo de oito anos, quase 2.900 casos de demência (incluindo Alzheimer) surgiram entre os participantes do UK Biobank, com mais frequência em homens.

As vítimas também tendiam a ser fumantes, com sobrepeso e comiam mais junk food (alimentos pobres em nutrientes) e menos frutas e vegetais.

“Qualquer coisa que possamos fazer para explorar os fatores de risco potenciais para a demência pode nos ajudar a reduzir as taxas desta condição debilitante”, diz a pesquisadora Janet Cade, coautora do estudo, também citada pelo Metro.

Vale dizer que os resultados obtidos no estudo são apenas observacionais, sem relação de causa e feito.

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