Alimentação

2% da riqueza do Elon Musk salvariam 42 milhões de pessoas da fome

Isso segundo o diretor do Programa Mundial de Alimentos da ONU, que pede que os bilionários do mundo ajudem a combater a fome com uma fração mínima de suas riquezas

Por João Paulo Martins  em 26 de outubro de 2021

(Foto: Pixabay)

 

Um pequeno grupo de bilionários poderia ajudar a resolver a fome no mundo com uma fração mínima de sua riqueza, segundo David Beasley, diretor do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, em entrevista ao jornalista Becky Anderson, da emissora americana CNN, nesta terça (26/10).

Os bilionários precisam “agir agora e uma única vez”, afirma o diretor da ONU, citando especificamente os dois homens mais ricos do mundo, o americano Jeff Bezos, fundador da Amazon, e o sul-africano Elon Musk, criador da Tesla e da SpaceX.

“US$ 6 bilhões [cerca de R$ 33,4 bilhões] podem ajudar 42 milhões de pessoas que literalmente morrerão se não fizermos nada. Não é complicado”, acrescenta David ao jornalista Becky Anderson.

A emissora lembra que Elon Musk possui um patrimônio líquido de quase US$ 289 bilhões (cerca de R$ 1,6 trilhão), o que significa que Beasley está pedindo uma doação de apenas 2% da fortuna do empreendedor sul-africano.

O patrimônio líquido dos bilionários dos EUA quase dobrou desde o início da pandemia, chegando a US$ 5,04 trilhões (cerca de R$ 28 trilhões) em outubro, de acordo com a emissora americana.

Metade da população do Afeganistão, ou 22,8 milhões de pessoas, enfrenta uma crise aguda de fome e o desemprego desenfreado que deixam o país à beira de uma crise humanitária, alerta o Programa Mundial de Alimentos, citado pela CNN. Esse cenário coloca em risco 3,2 milhões de crianças menores de 5 anos.

Na Etiópia, a estimativa é de que 5,2 milhões de pessoas precisam urgentemente de assistência alimentar na região de Tigray, onde a primeira-ministra Abiy Ahmed liderou uma grande ofensiva contra a Frente de Libertação do Povo Tigray desde o ano passado, revela a emissora. Desde então, milhares de civis foram mortos, enquanto mais de dois milhões foram deslocados.

Organizações humanitárias como o Programa Mundial de Alimentos da ONU têm lutado para levar suprimentos aos necessitados na região.

“Eu não sei de onde eles estão conseguindo comida. Estamos sem combustível e sem dinheiro. Temos que pagar nosso pessoal e estamos ficando sem dinheiro. Também não podemos deslocar nossos caminhões”, conta David Beasley ao jornalista Becky Anderson.

Carregar Mais